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O que o eterno problema da infecção hospitalar tem a ver com a troca de 25 quilômetros do oleoduto do Alasca, que recentemente fez os preços do petróleo subirem ainda mais?

Problemas aparentemente tão diferentes, ao lado de muitos outros, que diariamente afetam a indústria e a saúde da população, são causados por biofilmes - estruturas formadas espontaneamente por diversos tipos de bactérias, e que as torna altamente resistentes aos desinfetantes e produtos anticorrosivos que as deveriam exterminar.

Os biofilmes são agregações complexas das bactérias, que segregam uma matriz adesiva protetora - neste caso, protetora das bactérias, contra qualquer tentativa de exterminá-las. Os biofilmes formam-se em virtualmente qualquer situação onde haja contato de sólidos e líquidos ou sólidos e gases - ou seja, em praticamente todos os lugares imagináveis.

Quando estão sozinhas, na forma planctônica (da palavra grega planktos, que significa errante) , a maioria das bactérias não oferece grandes riscos e geralmente são fáceis de controlar. Mas quando formam biofilmes, elas parecem ganhar super poderes.

São os biofilmes que recobrem contatos eletrônicos, causam a corrosão generalizada em oleodutos, assim como causam cáries nos dentes e estão na origem de uma série de doenças, como a fibrose cística, úlceras, colites e infecções do ouvido, apenas para citar algumas.

Agora, o biólogo David Davies, da Universidade de Binghamton, Estados Unidos, descobriu uma molécula que é capaz de desestruturar os biofilmes, deixando as bactérias individuais até 1.000 vezes mais suscetíveis à ação dos desinfetantes.

A pequena molécula parece ser um dos poucos exemplos conhecidos que parece exercer algum e significativo efeito nessas estruturas. "[Esta molécula] é um novo paradigma na forma como observamos como as bactérias regulam seu próprio comportamento. Eu considero isto o Cálice Sagrado da pesquisa em biofilmes", diz o cientista.

Esse autoindutor de dispersão, como tecnicamente é conhecido o composto que Davies está desenvolvendo, já se mostrou capaz de quebrar biofilmes formados por Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus mutans, Escherichia coli (E coli) e Staphylococcus aureus.

Ainda não há previsão de quando o novo composto poderá ser sintetizado em escala comercial.

 

Afinal, o que são biofilmes?

Os biofilmes são comunidades biológicas com um elevado grau de organização, onde as bactérias formam comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. Estas comunidades biológicas encontram-se embebidas em matrizes poliméricas produzidas por elas próprias. Os biofilmes podem desenvolver-se em qualquer superfície úmida, seja ela biótica (formada por espécies vivas) ou abiótica (minerais). A associação dos organismos em biofilmes constitui uma forma de proteção ao seu desenvolvimento, favorecendo relações simbióticas e permitindo a sobrevivência em ambientes hostis. As bactérias são ubiquitárias (estão presentes em todos os lugares do mundo), logo, virtualmente, os biofilmes podem formar-se em qualquer superfície e em qualquer ambiente. Podem observar-se biofilmes em condutos de água, permutadores de calor, cascos de navio, na pele e mucosas de animais (incluindo o homem), nos dentes (como já foi mencionado), em próteses e em variadíssimas indústrias, desde a indústria química e farmacêutica a alimentar.

 

O que é a placa bacteriana?  

A placa bacteriana, ou biofilme dental (ou biofilme) é uma película aderente e transparente constituída por bactérias e seus produtos, formando-se constantemente sobre os seus dentes e gengivas


É (considerado) o fator determinante para que ocorra a cárie e a doença periodontal que podem levar à perda de dentes.

Inicialmente esta película assume uma consistência mole e, se não for removida nesta fase, vai se mineralizar, tornando-se dura (designando-se de tártaro ou cálculo). Para remover o tártaro é necessário um conjunto de procedimentos clínicos (tartarectomia e outros), executados por profissionais de saúde oral.



Todos nós desenvolvemos placa bacteriana o tempo todo. As bactérias proliferam constantemente na nossa boca. Para crescerem, estas bactérias utilizam ingredientes encontrados na nossa dieta e saliva. A placa bacteriana, em presença de hidratos de carbono [açúcares](especialmente a sacarose, isto é, o açúcar doméstico), produz os ácidos que vão desmineralizar os tecidos duros do dente (esmalte e dentina). Assim, sempre que se ingerem alimentos ou bebidas açucaradas, produzem-se ácidos. Com os ataques ácidos repetidos, o esmalte deteriora-se e as lesões de cárie iniciam-se.

Para que o leitor possa avaliar o desenvolvimento do biofilme que vai se formando nas superfícies dos dentes as figuras abaixo mostram a evolução de uma placa. As fotos foram tiradas de 8/8h a partir da primeira que foi obtida imediatamente após o dente ter sido polido (e, portanto, sem placa).


Note que o biofilme forma-se constantemente sobre os seus dentes e gengivas; e, portanto, começa a desenvolver-se imediatamente após este ter sido removido completamente. Repare que após oito horas esse acúmulo já é considerável (as fotos acima foram obtidas sem que houvesse higienização durante todo o tempo das tomadas). 


Esse acúmulo é mais intenso nos locais onde a higiene bucal não está sendo feita de maneira adequada. De fato. A placa bacteriana, que não é removida, também provoca inflamação gengival, conduzindo às doenças do
periodonto como, por exemplo, a gengivite (gengivas vermelhas, inchadas e sangrantes).

 

Como faço pra saber se tenho placa bacteriana se ela é transparente?

Para visualizarmos o biofilme é que existem produtos, denominados reveladores de placa bacteriana, cuja principal função é colorir a placa bacteriana tornando-a visível. 

A sua utilização regular é muito útil para visualizarmos a localização da placa bacteriana  para, desta forma, corrigirmos a técnica de higiene oral.

 

Como posso evitar que a placa bacteriana se forme?

A formação da placa bacteriana é um processo constante na cavidade oral. Contudo podemos prevenir a sua acumulação e as conseqüências que daí advém, assegure-se de que:

 

•Escove cuidadosamente todas as superfícies dos dentes pelo menos duas vezes por dia;

•Usa o fio dentário diariamente para remover a placa bacteriana que se acumula entre os dentes e no sulco gengival;

•Modera o consumo de alimentos e bebidas açucarados (bolos, bolachas, pão achocolatado, batatas fritas, refrigerantes, etc.), pois estes facilitam a adesão das bactérias às faces dentárias e são usados para a produção de ácidos que destroem os dentes;

•Se necessário, existem agentes antibacterianos (como a clorhexidina), amplamente aplicados em medicina dentária, através de soluções de bochecho ou em dentifrícios e que apresentam altas taxas de eficácia na redução e controle do biofilme oral. Aconselhe-se com um profissional de saúde oral.

Quais os microorganismos estão normalmente presentes no biofilme?

Dentre os vários tipos de microrganismos presentes na placa, destaca-se o Streptococcus mutans. Este grupo de bactérias é capaz de resistir a um ambiente ácido, comum na boca de quem consome açúcar com muita freqüência, o que a favorece em uma competição com as demais bactérias que vivem na placa. O Streptococcus mutans metaboliza o açúcar que consumimos e produz ácidos que agem na estrutura mineral do dente, destruindo-a e formando cavidades que são as cáries. A placa bacteriana é um meio biofilme ainda não mineralizado, mas com o decorrer do tempo, do metabolismo microbiano e alguns fatores ligados ao gás carbônico, este biofilme se mineraliza aos poucos, tornando-se um cálculo dentário, também chamado de tártaro. 

Enquanto placa bacteriana é possível removê-la com uma técnica de escovação adequada e freqüente, mas, ao estar mineralizada, somente com instrumentos afiados para removê-la, o que só pode ser feito pelo cirurgião-dentista.


 

Afinal, o que é tártaro?

Tártaro, às vezes também chamado de cálculo, é a placa bacteriana ou biofilme dental que endurece na superfície dos dentes.

O tártaro também pode se formar sob a gengiva e irritar os tecidos gengivais. Além disso, o tártaro dá à placa bacteriana um espaço maior e propício para o seu crescimento, o que pode levar a problemas mais sérios como as cáries e gengivite.

O tártaro não só prejudica a saúde dos seus dentes e gengivas, mas também é um problema estético. 


Substância porosa, o tártaro absorve as manchas com mais facilidade. Assim, para aquelas pessoas que fumam ou tomam chá ou café, é ainda mais importante que evitem a formação do tártaro.

Após aproximadamente 21 dias, caso o biofilme bacteriano não seja removido pelo paciente (escovação) ou pelo dentista (polimento), há o estabelecimento de uma comunidade estável de bactérias. O cálculo então forma-se a partir da mineralização da placa, com a participação da saliva que contém íons de cálcio, e do dente, de onde a placa retira cálcio e fosfato pela queda do pH (aumento da acidez).

Quais são os dois tipos de cálculo dental?

 

Cálculo supragengival

É clinicamente visível coronal à margem gengival. A presença e a quantidade do cálculo supragengival é o resultado do nível de depósitos bacterianos nos dentes, mas também são influenciados pela secreção da glândula salivar. Como resultado, a maior quantidade da placa supragengival é normalmente encontrada nas superfícies vestibulares dos molares maxilares adjacentes ao ducto da glândula parótida nas superfícies linguais dos dentes mandibulares anteriores, que estão expostas ao ducto das glândulas submandibulares e sublinguais.

Coloração

O cálculo supragengival pode variar na cor, de branco a marrom escuro, dependendo da coloração das substâncias alimentícias.

 

Cálculo subgengival

Forma-se apicalmente à margem gengival, e não é normalmente visível. Pode ser detectado pela exploração tátil com a sonda periodontal ou um explorador fino, e é normalmente evidente por sua superfície áspera. Se a margem gengival for retraída por um jato de ar ou por algum instrumento dental, o cálculo subgengival pode ser evidente e precisamente apical à junção esmalte-cemento.

Coloração

O cálculo subgengival com freqüência apresenta-se marrom, preto, o que reflete a presença de produtos bacterianos ou de sangue.

 

Afinal, qual é a constituição do cálculo?

O cálculo supragengival consiste de 70% a 90% de sais inorgânicos, principalmente na forma de fosfato de cálcio (Ca3[PO4]2). O cálculo também contém quantidades variadas de carbonato de cálcio e fosfato de magnésio. A porção inorgânica é quimicamente similar à porção inorgânica do osso, dentina e cemento. Os componentes orgânicos do cálculo envolvem proteína e complexos de polissacarídeos derivados da placa dental, células epiteliais descamadas e glóbulos brancos.

A mistura dos cristais inorgânicos se altera em uma composição relativa à idade do cálculo. A primeira forma de critais que aparece é a bruchite (Ca[HPO4].2H2O) e é seguida pelo fosfato octocálcico (Ca8[HPO4]4).

Em depósitos maduros acumulados por mais de seis meses, a forma cristalina principal é a hidroxiapatita (Ca10[PO4]6. OH2) com menos componentes de fosfato octocálcico.

 

Significado clínico

Os estudos epidemiológicos demonstram fortes associações entre o cálculo e a periodontite. Mas não há evidências que implique o cálculo como uma causa primária da periodontite. Esta conclusão é o resultado de múltiplas observações:

A superfície mineralizada do cálculo é sempre coberta por uma placa bacteriana não mineralizada, e, portanto, por si só não mantém, necessariamente, contato com os tecidos gengivais.

Em animais tratados com agentes antimicrobianos, a placa bacteriana é eliminada da superfície do cálculo, e o epitélio juncional pode, na verdade, unir-se diretamente ao cálculo. Em situações artificialmente induzidas, a presença do cálculo sem placa bacteriana está associada com a saúde gengival, não com a doença.

O cálculo pode, entretanto aumentar os efeitos da placa bacteriana. Por exemplo, o crescimento de um cálculo mantém a placa bacteriana em contato próximo com a superfície do tecido e também limita a capacidade do paciente em remover a placa. Além disso, visto que o cálculo possui o potencial para concentrar tanto os nutrientes como as toxinas, pode se esperar que isto influencie tanto a ecologia bacteriana como a inflamação do tecido. Mas isso é especulativo.

Apesar de ser possível o uso de agentes químicos para a remoção da placa da superfície do cálculo sem remover o próprio cálculo, isto é considerado atualmente um conceito de tratamento. Estudos bem controlados têm demonstrado claramente que a remoção tanto do cálculo subgengival quanto dos depósitos bacterianos subgengivais permite manter um estado de saúde periodontal por longos períodos de tempo. Não existem estudos em longo prazo que tenham avaliado os resultados da remoção do cálculo.

 

 

 

 

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